sexta-feira, 24 de julho de 2009

PIT BULL - RAÇA VERSUS CRIAÇÃO





Muito se tem mistificado sobre cães da raça american pit bull terrier ou "pit bull".
Eu não culpo você que pensa como muitos em achar que o pit bull é um cão sem controle e deveria ser exterminado da face da terra, porém não posso em hipótese alguma concordar de como tudo é tratado.
O pit bull é um terrier e teve seu inicio em combates primeiro com touros, e ursos e logo após isso lançou-se o esporte de combate de pit bull's, sendo assim a mídia se aproveita de origem e sempre que tem uma brecha tenta denegrir a imagem dessa maravilhosa raça.
Em toda área e na criação de toda raça existem os bons e maus criadores, e cabe a quem vai adquirir o filhote pesquisar antes.
Também sou a favor da posse responsável, pois não só criadores de pit bull's como de rottweiler's e outras vemos andar com cães que sequer teve uma educação básica e mesmo assim colocam esses exemplares na rua oferecendo risco.
Quando escrevi esse artigo não esperava falar tanto da raça pit bull e sim dizer que independente de raça a agressividade envolve dois fatores primordiais e de extrema importância. o cruzamento e a criação.

Cruzamentos:

Muitas pessoas adetram ao mundo da cinofilia só para ter uma renda a mais como criador de cães e nunca tenta se aprimorar na criação, sempre busca acima de tudo o retorno rentavel quando está fazendo a pior coisa para se tornar uma criador.
Um verdadeiro criador momento algum visa lucros, afinal de contas ele cria cães por gostar e não por comercio, segundo todo criador tem seu estilo proprio, manejo de criação, ele estuda muito e todos os cruzamentos de seu canil são bem planejados, desse modo ele acaba fazedo trabalho sério mas sempre por hobby, ganhar ou não é apenas consequencia.
Um verdadeiro criador procura se especializar e principalmente passar isso adiante a todos os seus clientes.
É bem verdade que atraves da seleção na hora de acasalar os cães poderemos definir boa parte de seu temperamento, e o criador serio é bem criterioso com relação ao temperamento de seus cães, sabendo fazer um equilíbrio correto através dos cruzamentos programados.

Criação :

É importantissimo que independente de raça o cão tenha um dono equilibrado, responsável e se possível o monitoramento de um profissional de comportamento canino se todos procurassem um adestrador para monitorar assim a criação de seus filhotes seria ótimo, com reduziríamos o nível de donos insatisfeitos com seus cães, aumetariamos ainda mais a classe de bons adestradores, e acredito que aumentaria ainda mais a comunidade canina.
Um bom adestrador além de preparar cães para apresentações é ele responsável pelo correção do comportamento canino, dessa forma não existe pessoa mais capacitada para fazer a escolha de seu filhote.
Eu sempre faço questão que o filhote passe também por um veterinário, pois só ele é capaz de analisar clinicamente o filhote e constatar o nível de saúde dele. então grave isso e nunca compre um cão sem que passe por uma consulta de um veterinário e um bom adestrador.
Sempre aconselho que mesmo ao comprar um filhote os futuros donos poderiam não só solicitar a ajuda de um adestrador em escolher seu cãozinho, mas também durante os primeiros meses de vida poderia indicar melhores medidas e manejo para criação de seu recem filhote e para assegurar um bom temperamento.


ABAIXO TEXTO EXTRAIDO DO SITE:http://www.revengekennel.gh.com.br/pitbull.htm

AMERICAN PIT BULL TERRIER

AS ORIGENS

A origem do American Pit Bull Terrier é cheia de controvérsias e diverge em diversos pontos. Segundo alguns criadores e especialistas como Richard Stratton(autor de vários livros) os Pit Bulls atuais são os mesmos Bulldogs que travavam combates com os touros desde o século XVIII. Em contrapartida outros autores como Bert Sorrels, afirmam que realmente houve uma evolução considerável do cão atual em relação ao antigo Bulldog e provavelmente houveram eventuais cruzas principalmente com os antigos Terriers. Se levarmos em conta as características dos Pit Bulls modernos, a segunda teoria parece ser mais provável, pois os atuais exemplares apresentam características que dificilmente seriam conseguidas apenas selecionando os antigos Bulldogs.
Os Pit Bulls, os Staffordshire Bull Terrier e os Bull Terriers, têm em comum esse mesmo ancestral que é o antigo Bulldog. Outro fato indiscutível: o Bulldog provém dos antigos molossos que eram cães de grande porte, provavelmente vindos da Ásia e que geraram os Mastins e Mastiffs. Seu peso e agressividade fizeram com que fossem utilizados em guerras desde 2100 aC pelos Babilônios, chegando ao apogeu com os Romanos em 100 aC.



Nas legiões romanas, eram designados escravos treinadores que eram responsáveis pelos cruzamentos e treinamento desses cães, que na aparência se assemelhavam a um Mastin Napolitano com menos barbelas. Esses animais tinham uma importância fundamental nas primeiras fileiras, pois usavam uma armadura com uma ou mais lâminas no dorso com a finalidade de ao passar sob os cavalos e rasgar-lhe o ventre.
A partir do século XV, os molossos passaram a ser selecionados com mais freqüência para esportes de combate entre feras que eram trazidas de países exóticos, tais como tigres da Ásia, leões africanos e ursos da Sibéria.

detalhe de "Mapa Geográfico de Abruzzo" região do Mar adriático. cerca de 1700

Com o número de batalhas diminuindo na Europa, os molossos deixaram de viajar junto com os exércitos e começaram a se estabelecer nos centros urbanos e aldeias, e passaram gradativamente a serem mantidos principalmente por donos de açougues e consequentemente a serem chamados de cães de açougueiros, pois para sustentar um animal tão grande era necessário que o dono conseguisse comida fácil e barata. Provavelmente a partir de 1700 começamos a ter algumas divergências entre teorias, porém tomemos 1700 como referência para apogeu dos esportes sangrentos utilizando cães, feras selvagens e homens.

Devemos ter em mente que tomar como base documentos como pinturas e cartas, pode induzir a um erro de até 100 anos depois, pois nesse período para que algo fosse retratado, deveria ser um evento muito difundido e tendo em vista as dificuldades de comunicação, não devemos assumir datas de pinturas como início de um processo e sim o auge dele. Com o crescimento desse entretenimento conhecidos como Esportes Sangrentos, os donos de cães começam a perceber que os molossos menores eram mais funcionais e eficazes, além de serem mais fáceis de acomodar, transportar e alimentar. Desses molossos menores surgem os Bulldogs. Esse nome deve-se ao fato do esporte em questão chamar-se Bullbaiting. Era travado um combate numa arena entre um touro, geralmente com argola na narina contra alguns cães. Os próprios açougueiros criaram a crença que a carne amaciada pela contenda era melhor, podendo assim vender seu produto. Em 1864, para narrar como seria o tipo de excelência do Bulldog, Samuel Wickens redigiu o primeiro Standard de raça canina do mundo. Usou um pseudônimo para o descritivo, pois na época era considerado vergonhoso escrever sobre cães. O nome era Philo-Kuon.

Eram comuns também combates entre 04 ou 05 bulldogs contra 01 urso ou até mesmo 01 leão. Em 1830 esses combates foram proibidos na Inglaterra, e com toda certeza tem início a infusão de Terriers e alguns afirmam que até mesmo greyhounds nos cruzamentos que deram origem ao Pit Bull moderno.


OS BULLS E TERRIERS

Apesar da proibição de Bullbaiting, as castas menos elevadas passaram a arraigar em sua cultura esse tipo de esporte, e além disso, começam a perceber que a questão das apostas poderia ser fonte de renda para diversas pessoas. Esse quadro fez com que os cães começassem a combater entre si, devido a dificuldade de espaço para promover um combate numa arena capaz de acomodar um touro. Outra eventualidade era no caso de fuga; era muito mais rápido esconder e fugir carregando somente cães. Essas contendas começaram a ser realizadas em fundos de bar, e por processo empírico os apostadores começaram a perceber alguns pontos:

1 - os bulldogs menores eram mais resistentes, e portanto faziam com que a luta fosse mais longa, proporcionando mais espetáculo.
2 - os bulldogs menores eram mais fáceis de serem transportados, escondidos, manuseados e alimentados.
3 - os bulldogs menores não causavam tanta apreensão no público que ficava ao redor das pequenas arenas.

Diante dessas evidências, alguns afirmam que as tentativas de cruzar esses Bulldogs com greyhounds não gerou muita funcionalidade, provavelmente devido a falta de temperamento belicoso dos Greyhounds. Foram feitos cruzamentos com Terriers locais, que eram cães pequenos, ágeis e tenazes que serviam para caçar roedores. Foram usados o Manchester Terrier e White English Terrier, pois além de todas essas características, essa infusão gerou um traço que começa a se delinear nos agora chamados half & half ou Bull and Terriers: a agressão voltada somente a outros cães. Essa característica começa a ser valorizada, pois facilitava na separação dos cães, na segurança do juiz e dos espectadores e no manuseio no canil. Esse extrema belicosidade somente com outros cães com toda certeza, é até hoje o mais notável e o mais difícil de ser perpetuado em descendentes.



Além de Manchester e Birminghan, um dos locais de maior importância na Inglaterra é o condado de Staffordshire; daí os cães começarem a ser conhecidos como Staffordshire Bull Terriers. Um aspecto claro dessa evolução é o peso: os primeiros Bulldogs pesavam até 55Kg, já os half & half pesavam em média 30Kg e finalmente os Staffordshire Bull Terriers baixaram os pesos de competição para até 16Kg.

Existem também relatos de uma linha escocesa denominada "Blue Pauls", mas que foram mesclando-se as outras linhas e acabando por extinguirem-se. Era uma variedade selecionada no oeste da Escócia cuja característica mais chamativa era a cor azul escuro, sendo que haviam alguns exemplares tigrados e vermelhos. Esse nome vinha do pirata Paul Jones, cuja história conta que trazendo esses cães de local desconhecido, começou a divulgá-los em sua cidade natal, Kircudbright , no ano de 1770. Tornaram-se famosos graças a sua habilidade em lutas, inteligência e quase que completamente mudos. Sua altura era em torno de 50cm e sua altura por volta de 22kg.


O INÍCIO EFETIVO DA RAÇA

Todo o trabalho de seleção feito na Inglaterra e Irlanda foi de fundamental importância para a consolidação da raça, porém é muito claro que houve uma maior evolução na América partir do século XVIII com a chegada dos imigrantes nos Estados Unidos. Dentre as raças derivadas dos antigos Bulldogs houve uma diferença na evolução em termos de funcionalidade em relação aos cães de combate que ficaram na Europa e os que migraram para os Estados Unidos . Ao passo que os criadores europeus passaram gradativamente a direcionar o plantel para exposições, distanciando-se cada vez mais da função de combate, o novo plantel americano passa a ser sistematicamente cruzado em função à atender o ideal de cão de combate. O melhor exemplo da tendência européia é o Bull Terrier de James Hinks, também conhecido como White Cavalier.

Se na Europa onde os ancestrais da raça (Bulldog, Staffordshire Bull Terrier, Bull and Terriers) as informações são escassas e muitas vezes desencontradas, na chegada à América, o Pit Bull começa a se estabelecer como raça e sua formação começa a ser documentada de forma mais confiável, mesmo porque estamos falando do período de 1860, onde os meios de comunicação são cada vez mais eficientes. É a partir dessa data que temos o início dos Pit Dogs de maneira informal, porém efetiva. O Pit Bull, apesar de já ter a mesma aparência do cão de hoje e já ter uma certa homogeneidade mesmo entre as diversas linhas, ainda não era conhecido como esse nome, sendo que a maioria dos criadores ainda o designavam apenas como Bulldog. A raça já existia e era conhecida na prática, porém faltava ainda alguma entidade que a organizasse e a fizesse reconhecida "oficialmente".

Devido a natureza de sua função, a seleção é baseada num único parâmetro: a habilidade em combate. Isso se reflete na acentuação sistemática do temperamento de combate em relação a outros cães e por conseqüência à outros animais. No início do século temos fotos e informações que indicam que os Pit Dogs eram usados em outras tarefas diárias como caça, guarda, lida com gado e eventualmente circulavam livres entre cavalos, vacas e galinhas. Atualmente esse fato seria pouco provável visto que a maioria dos exemplares de combate moderno tem total aversão a qualquer animal. É muito provável que os Bulldogs que foram nessa época usados em trabalhos de fazendas formaram no início do século XX a base de uma outra derivação que hoje é reconhecida como uma raça distinta: o Bulldog Americano.



A FORMAÇÃO DAS PRIMEIRAS LINHAGENS

Devido as dificuldades de transporte e comunicação, os Estados Unidos do final do século XVIII consolida de forma forçada e eventualmente de forma proposital, as famosas "linhagens", que eram cães frutos de cruzamentos consangüíneos. Alguns desses criadores não divulgavam as fórmulas e somente à transmitiam aos familiares. Essa consolidação de linhas tem início já na Irlanda e Inglaterra e cada vez mais os criadores geravam proles com características específicas e homogêneas. Apesar dessas peculiaridades, todas buscavam três fatores que resultavam em uma equação difícil:

-a evolução na habilidade de combate;

-a combinação correta nos cruzamentos;

-a perpetuação dessas características por diversas gerações.



Talvez pelo fato de haver um menor número de opções para cruzamento que na Europa, os criadores americanos lançaram mão de um artifício que ajudou a distinguir bastante as linhagens: o inbreeding ou consangüinidade. Essa técnica serve acima de tudo para fixar caracteres nas proles, e consiste em cruzar cães com alto grau de parentesco.
Alguns colonizadores trouxeram linhagens já iniciadas na Grã-Bretanha e Irlanda e não tinham exemplares da mesma linhagem para cruzamentos, lançando mão desse artifício. Aliando essa consangüinidade à rigorosa seleção, fixaram cada vez mais as características combativas.

Dessa época originaram-se algumas linhagens que são perpetuadas até hoje. Uma dessas famosas linhas é conhecida hoje como os Old Family Red Nose. Algumas linhas trazidas dos condados de Kerry e Cork da Irlanda eram conhecidas como as "Old Familys" e foram sendo desenvolvidas nos Estados Unidos. Temos também na área do condado de Kerry e Cork, por volta de 1850, relatos de uma variedade de Terrier muito valorizada por sua ferocidade e determinação. Essa variante (Dudley Noses) foi levada para Irlanda e tem estreita relação com as primeiras famílias de Red Noses irlandesas. O termo Dudley é referente a um condado inglês numa área conhecida como Terra Negra devido a sua grande quantidade carvão mineral.

Um criador chamado William J. Lightner fez um cruzamento entre Lightner Vicky x Lightner Pansy por volta de 1914, ponto inicial das diversas "velhas famílias de cães vermelhos". Ao contrário que possa parecer, esses cães eram selecionados pela eficiência em combate e não pela cor da trufa. Através da alta consangüinidade a característica recessiva dos narizes vermelhos acabaram por se fixar nessa família de cães.

Esse fato não quer dizer que atualmente todo cão Red Nose é descendente dos Old Family, pois além dessa característica poder se manifestar em cães de outras linhagens, os próprios Old Family Red Nose foram cruzados com outras linhagens posteriormente. Atualmente as derivações dos OFRN são muitas e as linhagens que ainda podem serem chamadas de Old Family Red Nose são: Hemphill/Wilder, Red Devil, Clouse, Sarona e outras que possuem um percentual elevado dessas linhagens.

O primeiro criador a usar o termo "Old Family Red Nose" foi Dan McCoy. Além do lendário Gameness, outra característica mais visível nos Old Family Red Noses era o nariz avermelhado, que seguia a cor da pelagem, unhas e os olhos de cor Âmbar. Outros importantes criadores irlandeses que foram responsáveis por perpetuar essas velhas linhagens foram Jim Corcoran, Bob Hemphill, Bob Wallace, Jake Wilder e outros.

Essas linhas irlandesas foram aos poucos se misturando com outras linhas de criadores como: Con Feeley de Chicago que baseou sua linha em filhos de Lloyd's Pilot(Feeley's Jim e Feeley's Old Jesse), Delihant, Henry-Richmond e Charles Lloyd's. A rivalidade entre famílias irlandesas e famílias inglesas era notável e pode ser confirmada entre o combate de Farmer's Turk de linha Irlandesa contra Feeley's Jim de linha Inglesa.
A luta entre cães era tão popular que em 1881, em Coudville, houve um combate entre Lloyd's Pilot e Louis Krieger's Crib. As ferrovias de Ohio e Mississipi ofereciam tarifas especiais para quem quisesse assistir a grande batalha. A luta durou 01h:25m e Pilot foi o vencedor. O Árbitro da luta foi Willian Harding, editor da "The Police Gazette", uma revista da polícia local. Os cães pesavam por volta de 13kg.

Outra linhagem que é considerada clássica são os cães da família Colby, que datam desde 1860 até os dias atuais. Seus cães foram base para outras inúmeras linhas derivadas e é quase impossível um Pit Bull atual não ter algum ancestral Colby.


Podemos considerar que o American Pit Bull Terrier atingiu seu apogeu de evolução no século XX no período entre as década de 30 até 70, onde criadores como John Prichard Colby(1875-1941) Maurice Carver(R.I.P.1979) Floyd Boudreuax, Earl Tudor, James Creenshaw, Lester Hughes e Joe Corvino elevam a especialização em combate dos Pit Bulls a níveis jamais vistos. Nesse período, as linhagens têm um nível de homozigose tão alto, que algumas linhas são praticamente raças distintas principalmente em termos de fenótipo. É claro que os aspectos como Gameness, agilidade, masseter levemente pronunciado e cintura esgalgada ainda eram característica comuns em todas as linhagens, porém podemos notar nitidamente diferenças de fenótipo entre cães Old Family Red Nose e Eli, por exemplo. Em algumas linhas começa a aparecer a "depressão genética", causada na maioria das vezes por utilização de consangüinidade sem o seu complemento principal: a seleção. Os criadores percebem então a necessidade de outcrosses para corrigir defeitos e inserir qualidades através do vigor híbrido.

A característica americana de competitividade foi certamente um fator determinante para a evolução da raça, e movidos por isso, os criadores buscam obsessivamente alguns fatores que tornaram a raça tão superior as outras:

-GAMENESS: a principal e mais desejada característica do Pit Bull. Essa característica é responsável pela superioridade da raça em combate. É muito usada atualmente de forma errônea e confundida com tenacidade. O Gameness refere-se ao "jogo"(game), onde a regra dá vitória ao cão que sempre volta ao combate independente de sua condição física ou atuação. A tenacidade para outras tarefas é derivada do Gameness. Alguns Pit Bulls tem tenacidade para efetuar algumas tarefas, mas não tem gameness.
-BELICOSIDADE: intolerância com qualquer cão. Por incrível que pareça, não tem relação necessária com Gameness, pois existem cães que são "frios", ou seja, que não começam uma briga, mas quando são mordidos, podem reagir e não parar mais depois. Existem também os cães com muita belicosidade, mas que param após um certo tempo de combate. A belicosidade deve sempre vir aliada ao Gameness

-ENDURANCE: capacidade cardio-respiratória para suportar para longos combates.

-RESISTÊNCIA: capacidade de absorver o castigo imposto pelo adversário. Ossatura resistente, musculatura forte e pele resistente são alguns itens que compõem a resistência de um bom Pit Bull.

-HABILIDADE EM COMBATE:alguns criadores chamam de wrestling ability, style, pit inteligence,etc. Basicamente é a capacidade do cão saber como, quando e onde atacar e defender. Alguns cães são versáteis a ponto de mudar seu jogo e encontrar as fraquezas do adversário.

-MORDIDA DURA: essa característica é considerada como secundária pela maioria dos criadores e muitos acham até que quando se selecionam cães com mordida dura, o Gameness é prejudicado.

Esses critérios de seleção perduraram durante mais de 100 anos e hoje resultaram em cães que além dessas características, acabaram por desenvolver outras que são derivadas dessas diretrizes e não são encontradas em outras raças como por exemplo:

-tenacidade na execução de qualquer tarefa, prazer em servir seu dono ;
-alta dominância;
-exclusão dos sinais externos de agressividade (pêlos arrepiados e dentes à mostra);
-não reconhecimento de sinais de submissão do adversário;

-alto limiar à dor;
-cicatrização rápida, rusticidade contra doenças;
-adaptação à confinamento e acomodações rústicas

A partir dos anos 80 os combates chegam a níveis altíssimos, não só de perfeição genética como pelos altos montantes de dinheiro envolvidos. Além da seleção genética os treinamentos e condicionamentos passam a ser cada vez mais abrangentes, pois os combates passam a durar até 4 horas. Hoje, com a popularização das melhores linhagens e consequentemente a nivelação de plantéis, o treinamento muitas vezes passa a ser o diferencial. Existem exemplos de cães filhos de campeões que deixaram a desejar sendo sobrepujados por adversários com linhagens não famosas, porém com um treinamento adequado.

É também a partir do final da década de 70 que a proibição dos combates e a repulsa da sociedade americana pela brutalidade começa a difundir a raça em países como o México e Costa Rica e finalmente nos anos 80 países como a antiga União Soviética, América do Sul, China e Países do leste europeu onde a lei é mais negligente nesse aspecto. Junto com os EUA, os países do leste europeu tornaram-se novos centros de evolução, tendo como base as já consagradas linhagens e gerando outras novas combinações.


O RECONHECIMENTO "OFICIAL" DA RAÇA

A raça passa a ser reconhecida com o nome de American Pit Bull Terrier a partir dos diversos nomes originais como Pit Dogs, Yankee Terrier, Pit Terrier e Staffordshire Bull Terrier, este que acabou desenvolvendo-se como raça distinta. O nome atual American Pit Bull Terrier justifica-se: American deve-se obviamente ao país onde ocorreu o desenvolvimento maior da raça, o Pit devido ser esse o nome usado ao "ringue" onde os cães se enfrentam, Bull vem da origem ligada aos combates contra touros e finalmente Terrier da infusão dessas espécies para aumento de agilidade e fixação de temperamento irritadiço.

UNITED KENNEL CLUBE - UKC

No final do século XIX, a popularidade do Pit Bull cresceu entre as famílias americanas devido à rusticidade e a outras utilidades secundárias que começam a ter, tais como caça e companhia. Essa popularidade chega a tal ponto do Pit ser considerado símbolo nacional. Tendo em vista essas perspectivas, o aumento do plantel levou aos criadores, liderados por C. J. Bennet a fundarem uma entidade exclusiva para a raça: o United Kennel Club. O UKC foi fundado em 1898 e oficializa o nome atual em American Pit Bull Terrier, estando ativo até hoje, porém se distanciando do perfil original da raça. O primeiro cão a ser registrado foi Bennet's Ring.

Atualmente, os juízes da UKC dão uma ênfase maior para shows de conformação física, tornando seu plantel cada vez mais semelhante ao plantel de American Staffordshire. Prova disso, são cães que tem registro duplo de American Pit Bull pela UKC e de American Staffordshire pela AKC.

AMERICAN DOG BREEDERS ASSOCIATION -ADBA

Em Setembro de 1909 é fundado a American Dog Breeder Association pelo Sr. Guy McCord auxiliado por John P. Colby, também registrando exclusivamente Pit Bulls. A ADBA segue padrões semelhantes da UKC, porém atualmente concentra os criadores com preocupações voltadas à conformação física de cães de trabalho. Em 1951, McCord passa a ADBA para Frank Ferris. Junto com a ex-mulher de John Colby, Florence Colby, dão seqüência ao trabalho de registros com pedigrees com mais informações sobre cães e seus títulos. Em 1973, através da recomendação de Howard Heinzl, Ferris passa o controle da ADBA devido sua idade avançada para Ralph Greenwood, onde permanece presidida pela sua família até hoje. A entidade promove hoje não só shows de beleza, como provas de arrastamento de peso e contam com maior identificação de criadores que ainda promovem combates, provavelmente devido ao fato de que o fenótipo que a entidade busca ser fiel aos pilares da raça.

AMERICAN KENNEL CLUB - AKC

Diante do reconhecimento da raça por duas entidades que cada vez mais bem conceituadas e pela popularidade que a raça atinge, em 1936, o AKC reconhece o Pit Bull com outro nome: Staffordshire Terrier. Todavia direciona seu padrão para exposições e a busca de forma sistemática cães com temperamento mais brando. Esse nome permanece até 1972, onde é modificado para American Staffordshire Terrier e é reconhecido pela maior entidade mundial: a FCI. Outro fator alegado pela FCI para não reconhecer o Pit Bull é falta de homogeneidade do plantel, pois como foi citado, cada criador desenvolveu um método e ideal de criação, fazendo com que o fenótipo não seja único. O cão usado no seriado Little Rasclas, já registrado no UKC como Lucenary's Petey foi usado com outros 50 cães como base para o plantel inicial da AKC. Petey nasceu em Setembro de 1929 no criador A. A. Keller e foi adquirido e treinado por Harry Lucenary.

A POLÊMICA DA PROIBIÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO

Nos anos 80, o Brasil assistiu uma enorme expansão de duas raças, graças a polêmica que criaram: o Fila Brasileiro e o Dobermann. Foram veiculadas reportagens em programas dominicais de alcance nacional onde mostravam Dobermanns como cães assassinos, e aliado a isso, um filme chamado a Gang dos Dobermanns, retratando sua ferocidade. Toda essa propaganda negativa agiu de forma inversa e além de aumentar os números dessas duas raças também foi responsável por criar lendas como a cabeça pequena do Dobermann apertava o cérebro tornando-o louco; que o Dobermann era cachorro de laboratório e outras crendices que ainda persistem no imaginário popular. Passado esse período, as raças finalmente foram aceitas pela comunidade cinófila de exposições e também nas mais pacatas famílias devido a uma combinação de fatores:
- o desgaste do tema fez a imprensa esquecer o assunto;

- os clubes de cinofilia passam a incentivar o abrandamento do temperamento, visando registrar todos os exemplares e com isso aumentar o lucro dos clubes;

A superexposição na mídia aliada a destruição do temperamento de guarda acaba com 95% dos plantéis de Filas e Dobermanns, ficando uma pequena parcela de criadores que percebem que o temperamento é vital para manter a real função de guarda. Dessa forma os Filas e Dobermanns passaram a ser adquiridos somente por pessoas que buscavam essa função e tinham condições e conhecimentos para tê-los, diminuindo gradativamente o número de acidentes
Os criadores percebem também que os acidentes podem ser divididos por motivos como: negligência na segurança onde o cão ficava, despreparo e perfil inadequado de proprietários e desvios de comportamento. No início da década de 90 o mesmo processo acontece com o Rottweiler. Atualmente é praticamente impossível encontrar nos grandes criadores de exposições algum exemplar de Fila, Dobermann ou Rottweiler que tenha um temperamento nato de guarda. Os únicos exemplares aptos se concentram nas mãos de pouquíssimos criadores, geralmente marginalizados pela comunidade dita "oficial", ou como no caso dos Filas, organizam-se em entidades independentes como a CAFIB, que prima por manter o temperamento original da raça.

Todas essas etapas se repetem no Brasil com o American Pit Bull Terrier e nos leva a crer que estamos diante de um ciclo que é iniciado pela imprensa sedenta de novos temas. No caso dos EUA, temos uma polêmica com mais motivos e menos sensacionalismo, pois a raça tem uma história de 100 anos e a causa é voltada contra a crueldade dos combates. Essa cultura de combate pouco a pouco foi deixando de fazer parte da maioria da população, e consequentemente as entidades de proteção aos animais e Clubes locais mobilizaram a opinião pública, esclarecendo que os problemas estavam concentrados nas pessoas e não na raça.

Nos EUA, onde o plantel de Pit Bulls é o maior do mundo, a preocupação maior é contra os combates, pois apesar de haverem casos de ataques aos americanos, temos uma compreensão mais ampla da sociedade de forma a reconhecer que na maioria dos casos a culpa é do proprietário. Esse quadro é reflexo direto do maior tempo de convívio com a raça, pois até países onde a cinofilia é tradicional como a Inglaterra, temos o American Pit Bull como raça motivadora da lista de proibidas, seguidas pelo Tosa e pelo Fila Brasileiro. Aliás, a proibição na Inglaterra, motivado por um brutal ataque, foi veiculada no Brasil no início dos anos 90, disseminando e mitificando o até então desconhecido nome do Pit Bull. Mais uma vez, o Marketing Inverso foi mais eficiente que qualquer propaganda.

Os primeiros Pit Bulls tiveram uma forte ligação com as crianças das famílias
americanas, apesar da função à que foram desenvolvidos.

Na cidade do Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas e em Brasília, diversos políticos estão mobilizados no intuito de proibir, castrar e em alguns casos até sacrificar cães das raças Pit Bull e Rottweiler. Através de emendas e leis municipais embasadas em reportagens e opiniões de pessoas sem especialização em comportamento animal, esses políticos se recusam a considerar leis mais justas, onde a posse responsável é o alicerce que responsabiliza e pune o proprietário negligente. Como já foi discutido várias vezes por especialistas, a proibição da raça irá fazer com que os criadores "migrem" para outras raças, ou até para mestiços, não resolvendo de forma nenhuma o problema.

A SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL

Temos duas vertentes distintas dos primeiros exemplares de Pit Bull que chegarem no Brasil: Rio de Janeiro e São Paulo. Existem ainda algumas informações vagas sobre criadores que trouxeram Pit Bulls em 1970 para o estado do RS, através de Rui Brossard, mas que não comentaremos por falta de consistência de informações. Esses dois primeiros plantéis demoraram alguns anos para se misturar devido principalmente aos direcionamentos divergentes dos dois estados. No início da década de 80 temos alguns exemplares trazidos por Lindolfo Collor. Todos com pedigree ADBA e descendentes de linhagens consagradas como Garner e Palladin. Um desses exemplares que serviu como base de plantel foi Amazona´s Bali, que cruzada com Colche´s(Colare´s) Pit geraram dois casais que foram cruzados entre si espalhando seus ancestrais por todo RJ. Alguns fatores como alta renda per capita do estado, grande número de adeptos as artes marciais que tinham uma identificação com o Pit Bull, o Rio de Janeiro tornou-se rapidamente um pólo de desenvolvimento da raça.

Ainda no RJ, a partir da década de 90, temos alguns exemplares trazidos por Dr. Paulo Homero que eram provenientes de criadores renomados como Pat Patrick. Temos também a chegada de alguns cães provenientes de Antônio Bellon, descendentes de grandes cães mexicanos e cães vindo da Argentina trazidos por Antônio Shembri. Essas duas linhagens(Patrick e Bellon) foram mantidas até hoje com um alto grau de linebreeding, devido a falta de exemplares compatíveis disponíveis para cruzamentos. Temos ainda hoje cães fechados em Bellon´s Tyson, Koatly, Sorruyo e outros tantos descendentes de Patricks Solo e Patrick´s Risla mantidos dentro desse pool fechado. Posteriormente, outros cães de linhagens consagradas chegaram ao Rio consolidando o plantel mais fiel ao padrão original da raça e que por esse motivo inicialmente desenvolveu-se de forma paralela ao plantel de São Paulo.

Em relação ao plantel de São Paulo, no ano de 86 chegam os primeiros exemplares de American Pit Bull através do Sr.Stevenson que importou um cão chamado Playboy. Posteriormente o Sr. Shimaia importa outro casal, Rock Orioli e Miss Bull Orioli, que seria base de 50% do plantel nacional. Da prole gerada por esses cães importados, temos o início de um plantel nacional disseminada pelo Sr. Wagmar de Souza, que foi o criador que fez um trabalho pioneiro e sistemático na divulgação da raça. Outro nome de respeito, é o Sr. Guilherme Thompson, com seu casal importado Max e Jaguar. Devemos lembrar também que outros nomes menos divulgados, porém de fundamental importância, devem ser citados como pioneiros, tais como: Sr Jorge Miranda com duas matrizes Jade e Lady Bull, Sr. Amichetti com cães vindo da Itália e outros como Dino Fagnani. Na região de Minas Gerais, temos o Sr. Narciso Alvarenga que também divulgou a raça de forma vital.
A partir de 1995 passam a surgir criadores em outros estados que utilizam o Pit Bull em combates clandestinos. Na Bahia e Ceará essa prática foi facilitada e "adaptada" pois a cultura de brigas de galo já era antiga. De forma mais rápida e desordenada, o Brasil passa por algumas fases de expansão similares aos EUA, saindo do anonimato, passando pela super-exposição e culminando com o clamor público pela proibição.

Podemos traçar um paralelo, onde na primeira etapa temos expansão do plantel baseada em dois itens: no interesse comercial ou na eficácia em combate. Após essa etapa, veio a tentativa de reconhecimento da raça pelas entidades maiores e criação de entidades específicas. No Brasil aconteceu exatamente isso, porém de forma muito mais acelerada. Prova disso é o reconhecimento da raça pela representante da FCI no Brasil, a CBKC, que percebendo o enorme potencial comercial que a raça oferecia, adota o padrão UKC e passa a reconhecer nacionalmente o Pit Bull. A esmagadora maioria dos criadores volta-se para os ideais de padronização morfológica da raça e exposições de beleza, contradizendo os dois pilares que formaram a raça, que mostraram que nem sempre os cães de combate precisavam ser exatamente iguais para serem eficientes e que a beleza NUNCA foi requisito para seleção.

Torna-se contraditório também a questão da tentativa de socialização e seleção genética tentando reverter a índole de combate dos Pit Bulls com outros cães pois a raça se tornou notória pela sua agressividade e tenacidade e não somente pela sua vontade de agradar ao dono como alegam alguns, pois para isso já tínhamos no mínimo 100 raças onde a fidelidade era igual ou maior que o Pit Bull. Nos países mais avançados como a Alemanha e o próprio Estados Unidos, já temos algumas correntes de especialistas que preocupados com a saúde das raças que passam por processos de supertipia e descaracterização e incentivam a resgatar e corrigir o plantel.
Mesmo no Brasil, já temos exemplos de entidades que preocupam-se em manter as funções originais longe dessa deturpação. A CAFIB faz esse trabalho em relação ao Fila Brasileiro e permanece hoje mantendo um plantel que exige provas onde o cão deve apresentar temperamento nato de guarda. No caso do Pit Bull, por sua função original estar enquadrada em práticas ilegais e inaceitáveis, torna-se necessário que os especialistas busquem alternativas que consigam ao menos conservar as características originais. Temos algumas tentativas onde os cães são submetidos a provas como arrastamento de peso, mergulho, escalada, etc. Esses esportes medem com certeza a capacidade física dos cães, porém deixa de lado o temperamento combativo, que é o principal motivador da tenacidade (conhecido como gameness). Apesar de alguns criadores acreditarem que com essas provas podemos medir a tenacidade, é importante ressaltar que o aspecto motivador passa a ser lúdico e caso a raça passe a ser selecionada com esse fator, a famosa resistência em situações de extrema pressão irá aos poucos ser diluída, pois num combate, não devemos esquecer que o aspecto motivador é atacar e defender sua vida, que é muito mais forte que o aspecto lúdico.
Clubes especializados na raça como o Clube do Estados de SP e o Pit Bull Club do Brasil(com sede no RJ) tem desenvolvido excelentes campeonatos esportivos onde podemos apreciar o vigor físico da raça. Além disso, Clubes independentes, fora do eixo RJ-SP também tem se organizado e apresentando excelentes provas.

Outras alternativas são os esportes de proteção como Shutzhund, Mondio Ring, CT, KNPV,etc. Nessas provas o cão deve executar diversas tarefas que incluem faro, obediência e proteção, onde é possível aproveitar o potencial incomparável do Pit Bull. Apesar de não ser uma raça tradicional nesses esportes, cada vez mais os profissionais se rendem ao desempenho do Pit Bull nessas provas.

Atualmente, o Brasil conta com um plantel em evolução com exemplares das principais linhagens como Pat Patrick, Tom Garner, Floyd Boudreaux e outros tantos com origem comprovada. Além da entrada dos exemplares de linhas consagradas, é importante ressaltar que alguns criadores conseguiram obter excelentes Pit Bulls descendentes dos primeiros exemplares que obtiveram excelentes resultados em esportes radicais e provas de proteção. Mesmo com as poucas linhas disponíveis no país, isso foi possível graças ao trabalho de seleção e treinamento dos cães.

Um erro muito comum e nocivo a raça é a intenção de alguns criadores de terem uma linhagem com seu nome. Alguns criadores que produzem apenas duas gerações muitas vezes sem procedência, nomeiam seus filhotes como "oriundos" sua linhagem. Para podermos designar uma família de cães como "linhagem", devemos levar em conta alguns requisitos mínimos:

- mínimo de 06 gerações provenientes do mesmo casal e parentes próximos; não existe um número exato de gerações para que seja designada uma linhagem, deve-se sim perceber quando um conjunto de características está solidamente fixada, e isso não ocorre antes de em 6 gerações; a programação de cruzamentos entre parentes deve prever cruzamento com menor grau de parentesco conforme aumenta o número de gerações, ou seja, inbreeding no início e linebreeding posteriormente.

- o plantel deve ter estabilidade de fenótipo e aspectos psíquicos.
- o plantel não deve apresentar sistematicamente problemas ou doenças genéticas após várias gerações de consangüinidade.
- ao executar cruzamentos com outras linhagens já estabelecidas, deve-se ter em mente que mesmo obtendo bons resultados na primeira geração, pode-se diluir todas as qualidades nas gerações seguintes, perdendo todo trabalho já realizado.

- talvez o item principal: o plantel de uma linhagem deve demonstrar claramente que EVOLUI em algum aspecto em relação a população média da raça.

Foram esses critérios que basearam as linhagens americanas mais famosas como Colby, Garner, Eli (Floyd Boudreaux) etc.

No Brasil, cães que podem ser considerados como parte de linhagem estabelecida são os cães provenientes do cão Pit Canchin neto de Roky Orioli e Miss Bull Orioli(já citados acima), que apesar de não ser exatamente o primeiro Pit Bull em solo nacional, foi base de um programa de criação que perdura até hoje. Por decisão do seu proprietário e pré-disposição natural dos cães, a linhagem Canchim foi direcionada para exposições de belezae uma pequena parcela recentemente tem sido desenvolvida para trabalhos de proteção. Temos também, como base do plantel nacional os descendentes do Sr. Guilhermo Thompson, que recentemente tem-se firmado como uma linhagem, pois inicialmente os filhotes de seu casal principal, Max e Jaguar, foram cruzados com muitas outras linhagens.

A CONFORMAÇÃO FÍSICA IDEAL

Com certeza, o tema mais polêmico é o que tange a altura e principalmente o peso do American Pit Bull Terrier. Na verdade alguns acham que temos de um lado as linhagens desenvolvidas para combates(comumente conhecidas como fight) e de outro lado as linhagens desenvolvidas para arrastamento de peso(comumente conhecidas como tração). A realidade porém é outra, e temos na prática 03 "facções" distintas no Brasil que defendem conformações físicas diferentes:

- Um grupo fechado de pessoas que ainda utilizam o Pit Bull em combates ilegais, e são indiferentes quanto as tendências comerciais, obedecendo unicamente o processo empírico que indica que o melhor tamanho varia de 18Kg a 28Kg com uma grande variação de fenótipo. Esse grupo ainda não tem muita preocupação por manter um tipo físico que seja perpetuado nas gerações seguintes.

- Os simpatizantes da CONFORMAÇÃO TRADICIONAL AMERICANA, que também foi definida pela prática de combates e são mais ligados aos padrões ADBA. Esses cães variam de 19Kg a 28Kg, com altura proporcional e cabeças menores bem diferenciadas dos American Staffordshire.

- Os simpatizantes de CONFORMAÇÃO PARA EXPOSIÇÕES que são mais ligados a UKC. Esses cães, apesar de ter um padrão semelhante ao ADBA, tem uma tendência à serem mais valorizados quanto mais pesados são. O faixa de peso que tem mais apelo comercial e consequentemente tem sido mais premiado em exposições varia de 30Kg a 40Kg. Esse mesmo segmento de proprietários, é o que costuma dividir as linhagens em fight e tração. Essa divisão tem dois equívocos enormes; primeiro, essa divisão não é adotada oficialmente no país de origem da raça; segundo, o Brasil não promove provas de arrastamento de peso pela entidade Oficial e por conseqüência não podemos denominar cães de tração exemplares que nunca exerceram essa função. Essa denominação errada deve-se ao fato dos criadores acharem que os verdadeiros Pit Bulls de tração são grandes, o que é outro erro, pois os maiores perdem a eficiência.

É importante ressaltar mais uma vez que pelas diversas experiências de renomados criadores americanos, não temos notícia de cães EFICIENTES que estivessem fora da faixa de 16Kg a 29Kg(peso com condicionamento OK). Podemos entender eficientes por conseguir combinar os fatores agilidade e potência. Ou seja, é nessa faixa que conseguimos tirar o máximo de proveito de cada músculo do cão com o máximo de agilidade e o máximo de resistência. Quando o peso sobe muito, pode-se ganhar em potência de tração, mas provavelmente irá perder-se agilidade e com certeza resistência. Aliado a esses fatos, os cães menores são mais fáceis de serem mantidos, pois comem menos e necessitam de menos espaço.

O fator de formato de tronco, encaixe de mordida, proporção de cabeça e angulações de posteriores e anteriores deve ser observado sempre de acordo com o padrão ADBA. Deve-se levar em conta a linhagem e suas características intrínsecas e também admitir que eventualmente ocorrem exceções onde cães com medidas não convencionais podem vir a se destacar, sobrepondo um defeito de fenótipo com ótimo temperamento, por exemplo. Os especialistas adotaram algumas angulações e principalmente mordida em tesoura como padrão, tomando para isso os grandes campeões como referência. Torna-se claro que todas as tentativas de evolução são desejáveis e que todos os criadores devem informar-se e arriscar novas fórmulas sem esquecer as experiências já tentadas e principalmente que o American Pit Bull Terrier é acima de tudo um CÃO DE TRABALHO por excelência.

Portanto em qualquer tipo de programa de cruzamentos, a evolução deve ser o principal aspecto a ser levado em conta.

No que se refere ao aspecto físico, o REVENGE KENNEL, , procura manter e buscar exemplares dentro dos padrões originais americanos em conformidade com a ADBA, pois entendemos que esse é o verdadeiro e único Pit Bull. Tudo isso deve ser aliado imprescindivelmente ao temperamento belicoso e tenaz para que possamos ter o cão mais completo do mundo.

ESCOLHA DO CÃO

Uma questão que preocupa algumas pessoas no momento de compra de filhotes ainda é a cor da trufa nasal e a cor da pelagem. Os Red Noses, por serem mais exóticos, são mais caros. Porém algumas vezes, por serem frutos de cruzamentos sem programação podem gerar cães com problemas de pele, temperamento apático,etc. Uma outra cor que raramente se manifesta é o azul ou cinza(mais comum nos American Staffordshire), que nada mais é do que a diluição da cor preta. A escolha do cão pela cor do pêlo ou nariz nunca deve ser fator decisivo, pois o padrão aceita qualquer cor de trufa e pelagem. Os aspectos a serem considerados devem ser:

- Identificação com a raça.
- Conhecimento mínimo do padrão comportamental da raça.
- Avaliar se o ambiente onde o cão será inserido é adequado no sentido de aceitação dos familiares, espaço suficiente e o potencial risco no caso da companhia de outro cão.
- Conhecer os pais da ninhada, para que seja possível fazer uma projeção dos filhotes.
- Verificar se os pais possuem algum pedigree de entidades idôneas (ADBA, UKC), ou mesmo uma árvore genealógica feita por um criador de confiança, pois analisando os antepassados será possível identificar particularidades específicas de cada cão.
- Analisar ou pedir para que o criador identifique quais são os indivíduos com mais dominância dentro da ninhada.

É possível fazer uma série de testes a partir de 60 dias, bem como fazer observações do grupo sem interferência(observar o comportamento da ninhada no momento da refeição, por exemplo). Quanto maior a dominância do filhote, maior deverá ser disciplina na criação.



Texto de Hugo Leonardo
Adestrador / Handler / Prep. Físico

quarta-feira, 22 de julho de 2009

PETISCOS E GULOSEIMAS! UMA ANALISE.

Olá gente dessa vez estava eu sentado lendo algumas revistas e livros velhos quando vi um artigo da Revista Cães & Cia, n. 294, novembro 2003. era uma entrevista do alexandre rossi respondendo as vantagens e desvantagens em ter o petisco como aliado na educação de um cão.
Sempre digo que quando iniciei na minha profissionalização acredito ter sido comtemplado já que aprendi as varias maneiras de ensinar um cão.
Nesse percurso de minha vida adaptei meu aprendizado sempre usando como base o reforço positivo e adotei não usar petiscos, e guloseimas como meio de recompensas.
Alguns clientes devem está se perguntando o por que de andar na mochila alem de bolas, clicker, apito o famoso filésinhos de petiscos.
Responderei rápido, não uso esse petiscos, rs. digo pra ensinar é como se evitasse ao máximo a usar guloseimas e petiscos, porém tenho a certeza que como meio de conquista pra um recem aluno é uma boa opção e não vejo por que não usar.
Apesar disso acredito que o petisco alem de desbalancear um belo dia de uma refeição baleanceada de um cão, você o condiociona a obedecer por ter algo em troca.
O cão tem que servir a nós humanos primeiro por sermos o seu lider de matilha, segundo por querer e terceiro por meio de brincadeira.
Muitos não concordam com isso mas desde 1999 que foi quando apos vários cursos não ter peenchido a falta de algo que buscava no adestramento, que decidi não recompensar o meu aluno a não ser por reforço positivo. agora eu pergunto o que é mais prazeroso para o cão: fazer algo de correto e receber petiscos e guloseimas de seus donos ou fazer o correto e receber a afetividade que o seu alfa pode lhe oferecer.?
Os riscos são grandes quando colocamos petiscos no cotidiano de um cão, primeiro o condicionamento de troca, e segundo o qual acho o mais importante; se as rações sabemos que é o alimento fundamental para nosso amigo e incluimos algo novo o que acontecerá? o nosso cão irá sempre substituir sua ração por petiscos e nisso o nivel de proteina e vitaminas de um petisco é muito inferior ao da ração. resumindo pessoal existem petiscos que mesmo que dessesmos o dobro de quantidade de petisco comparado a quantidade de ração nao estariamos suprindo a necessidade dele.
Todo cuidado é pouco com relação a alimentação do cão, e se posso fazer o mesmo trabalho usando apenas o reforço positivo pra que arriscar em usar petiscos?


Texto de Hugo Leonardo
Adestrador / Handler / Prep. Físico

terça-feira, 21 de julho de 2009

XIXI NO LUGAR CERTO ( PARA CÃES ADULTOS COM O COMPORTAMENTO DE FAZER XIXI NO LUGAR ERRADO.)

Hoje vou abordar um problema que está presente na vida de muitos criadores de cães e tenho visto que muita gente vive esse terror. espero de uma forma técnica mas bastante clara poder esclarecer os motivos desse grande problema. Em outro momento poderia até dizer que você mesmo pode corrigir esse problema tão básico e simples porém não abro mão de um bom profissional poder lhe ajudar, lógico que algumas dicas que darei será importantissimo para até mesmo você poder ter a certeza de que o profissional terá a capacidade em te ajudar.
Como sempre digo nosso grande problema é esquecer as raizes do nosso amigo e assim humaniza-los a tal forma que esperamos que qualquer dia nosso cão acorde e nos diga um bom dia.!
Eu particularmente não espero por isso mas tento a todo mundo estudar ainda mais os cães e assim consigo estabelecer atraves do meio de linguagem dele uma comunicação para que me dê um resultado nas correções que tenho que fazer para melhorar o comportamento dele.
O bom profissional de comportamento animal ouve atentamente as lamentações do dono do cão e assim tenta entender o por que dele agir assim.
Sendo assim vamos lá:
Só resolvi escrever esse artigo por que ultimamente tenho atendido muitos cães com o mesmo problema e desse modo posso ajudar a clientes terem um perfil indicado para a correção e a futuros donos de cães a entender e evitar ao máximo tal comportamento.
O cão como o ser humano é um produto do meio é logico que seu raciocinio não é igual a do ser humano, mesmo assim tenho ouvido depoimentos de pessoas que esfregam os focinhos nas fezes e na urina do cão achando que irão resolver o prpblema de comportamento quando na verdade só estão dando a resposta que o cão procura.
Os cães além de fazer suas necessidade biológicas eles defecam e urinam pra chamar a atenção de seu dono, ou pra mostrar sua dominancia

O Treinamento :

Por mais que eu dê dicas aqui de adestramento não deixo de ressaltar que a importancia de um profissional acompanhando é fundamental, por que para iniciar o adestramento é necessario um neutralizador de odores para poder assim zerar todo o ambiente e desse modo podermos ensinar o nosso amigo onde fazer suas necessidades ai entra o adestrador que fará a indicação de que produtos poderemos usar nesse processo.
Existe no mercado muitos neutralizadores de odores e nada contra más com minha experiencia criei um neutralizador que funciona muito mais que esses vendidos nos pet shop's o único incomodo é que a mistura terá que ser preparada a cada 3 dias e como usamos com um borrifador acabamos por desperdiçar uma grande quantidade ( caso queiram saber a mistura entrem em contato pelo meu e-mail ).
Em mão com um neutralizador de odores vamos ao trabalho. limpem com algum produto como pinho sol ou algum que tenha um cheiro forte de eucalipto, apos a limpeza use o neutralizador nos lugares afetados pelo nosso amigo.
É importante que pelo menos uma vez ao dia o cão saia afinal de contas alem de fazer bem a você o seu cão agradece, aproveite nesse momento que ele não está para fazer a higienização da casa, nas primeiras 3 semanas coloque o neutralizador por 3 vezes ao dia e sempre que dormir não deixe água ou ração a disposição ( primeiro por que não há mal algum no cão não beber água durante a noite, segundo que você o condicionará a beber água não a todo momento mas sim uma quantidade que dê pra suportar a noite, e por fim você tirando a água não irá alimentar o seu erro. " isso serve tambem para a ração").
Durante o treinamento sempre acompanhe a hora da refeição de seu cão e sempre que oferecer ração a ele faça isso dando no máximo o tempo de 1 hora para que ele coma sua comida, após isso levante a vasilha de ração e dê um tempo para que torne a oferecer novamente a ração. uma dica: seu cão demora no máximo até 1 hora depois que ele come para poder se aliviar; se você observar seu cãozinho procurará um lugar para fazer suas necessidades essa é a hora que poderá partilhar de um momento unico para seu cão.
Após ele comer sua ração leve-o para o local onde quer que ele sempre faça suas necessidades, aguarde por perto e sempre que ele conseguir fazer faça festa e apos ele ter feito o correto.
Depois de 3 semanas onde você assumiu o compromisso de sair uma vez ao dia com seu cão e está usando o neutralizador de odores, é hora de induzimos o local para que o cão faça sua necessidade, assim você poderá usar um indutor como o pipi-dog ( produto que tem o cheiro similar ao da urina de cães ) você verá mudança nas primeiras semanas, quero deixar bem claro que os resultados independem de tempo, tive casos onde resolvi em apenas uma semana como também já tive casos de demorar 3 meses, afinal de contas o maior empenho é seu já que a maior parte do tempo o cão divide o profissional contratado é como um consultor que dará as dicas e sempre irá bolar meios para que a correção tenha efeito.lógico que ajudinha e emprenho do dono do cão sempre é bem vindo.

A LÓGICA DA SOLUÇÃO

* COMO SABEMOS OS CÃES TEM O SENTIDO OLFATIVO ATÉ 30 VEZES MAIOR QUE O NOSSO E MESMO LIMPANDO O LOCAL COM CLORO AINDA FICAM RESQUÍCIOS DE SUA URINA, O EUCALIPTO OU PINHO SOL FAZ COM QUE ESSE CHEIRO NÃO SEJA POTENCIALIZADO COMO É QUANDO USAMOS PRODUTOS DE LIMPEZA.
* O NEUTRALIZADOR FAZ O PAPEL FUNDAMENTAL QUE É COM QUE O CHEIRO SUMA PRO COMPLETO DEIXANDO MUITAS VEZES O CÃO CONFUSO JA QUE ELE TINHA DEMARCADO AQUELE LOCAL.LEMBRANDO QUE O NEUTRALIZADOR TEM QUE SER USADO 3 VEZES AO DIA INDEPENDENTE DO QUE A EMBALAGEM DO PRODUTO DIGA.
* O PASSEIO É FUNDAMENTAL PRIMEIRO PARA PODER ENTRETER O SEU CÃOZINHO, ELE FARÁ COM QUE O CÃO ASSOCIE RUA A XIXI E DESSE MESMO MODO O NOSSO AMIGO APRENDERÁ QUE O LOCAL CERTO PRA FAZER SUAS NECESSIDADES É NA RUA. ( OS PASSEIOS É ALGO QUE FARÁ PARTE DO SEU COTIDIANO E MESMO QUE O CÃO APRENDA RÁPIDO VOCÊ DEVERÁ CONTINUAR COM OS PASSEIOS.).



Texto de Hugo Leonardo
Adestrador / Handler / Prep. Físico

sábado, 13 de junho de 2009

SAUDADES ETERNAS DE ITABOCA'S MISS BULL

Algumas pessoas procuram o amor humano em cães e não sou diferente a muito tempo trabalho na área de adestramento e criação de cães hoje perdi uma conquista que levei anos esperando. Uma grande amiga sincera que latia quando chegava em casa após meu dia corrido de adestramento e trabalho, já sinto sua falta procurando você bullzinha em cada canto da casa lembro desde o primeiro dia que veio pra mim. Lembro da dificuldade e a luta que travou desde o seu nascimento, isso me inspirou a ter um carinho especial afinal de contas você tinha apenas 2 dias de vida e teve que ser separada de sua mãe e mesmo assim conseguiu sair do leite de desmame até a ração, lembro das primeiras papinhas que durante a noite tinha que acordar pra dar seu alimento que era importante pra sua sobrevivência. Nunca me deu trabalho pois sempre foi forte e teve espírito de vitória. Sei que DEUS te chamou pra perto dele por você ser tão especial.
Espero ansioso o dia que nos veremos novamente, e peço a Deus que me honre com esse pedido. Foram apenas 5 meses mas não sei como um simples cãozinho conquista tanto uma casa, todo mundo sentiu e chorou por sua falta, as pessoas do meu convívio sabem que você nesse pouco tempo foi o alicerce me ajudando a levantar a cabeça sem olhar Pra trás, hoje fico com as boas lembranças de nossas brincadeiras, de quando você chamava a minha atenção quando ficava triste. Das vezes que lutou pra viver ,dos momentos de passeios que mesmo pouco tivemos, das brincadeiras que me chamava e insistia.
Temperamento igual ao seu vi em poucos cães, alias você era um exemplo pra sua raça, com um físico invejável, e temperamento sem igual, super carinhosa e atenciosa com todos da casa. Você me fez repensar um projeto de 5 anos atrás e foi o combustível pra voltar a atuar na cinofilia, foi também o afago de uma amizade sincera e verdadeira que procurei em amizades que não encontrei, foi uma estrela que brilhou na vida de todos.
Bull vai com Deus e que ele te guarde pra um dia nos reencontramos, sei que perdi uma amiga, mas sei que DEUS fará eu suportar até o dia de te encontrar, e você nesse dia vira correndo para meus braços e voltaremos a brincar como sempre fizemos.


ADEUS ITABOCA’S MISS BULL